Total de visualizações de página

sábado, 29 de dezembro de 2012

O HEROI




                 Há muito tempo, numa terra em que não se contavam as horas, e a lua, em suas fases, cheia, novas, minguante e crescente definiam as agendas das atividades humanas, houve um homem que se aventurou a abandonar sua tribo e partir em busca de razões que dessem sentido à sua existência. Entre ameaças dos perigos inerentes à sua empreitada, ele conseguiu desenvolver habilidades que o diferenciavam dos demais seres humanos que cruzavam o seu caminho, de modo que a necessidade o impeliu a criar truques e a lançar mãos de espertezas e ardis que lhe renderam fama e incutiu temor e respeito por parte das demais tribos, que lhe atribuíam proezas e poderes especiais como o de voar, transformar água em fogo, enfrentar animais selvagens através de poderes hipnóticos, segundos relatos do próprio, que gozava de uma credibilidade sem precedentes no âmbito das mais de 1500 tribos distribuídas num território de mais de 150000 km², onde não se ousava desafiar ou desacreditar Jupiranga, o homem em questão, que alcançara um nível de respeito e admiração que, por sua intervenção foram feitas as pazes entre tribos rivais, pessoas condenadas à morte foram libertas graças à sua interferência dentre outras façanhas que  serão expostas, omitidas ou alteradas pela distância cronológica...
                 Jupiranga, para alcançar o status de líder intertribal, se valeu de muito da epistemologia e do empirismo, passando a se aproveitar dos conhecimentos e segredos das mais diversas tribos, como quando se utilizando de camuflagem e dos mais diversos recursos, na tribo dos Piripas, uma das mais impenetráveis, aguerridas e intolerantes aos estranhos, ele descobriu que se alimentavam da carne uma espécie de anta, o que fez com que ele se valesse de tal descoberta para matar uma anta  magrinha e  com aspecto de fragilidade (essa ninguém iria querer comer), trabalhando o seu couro e costurando com uma agulha de pau... e se vestindo de anta, passando a freqüentar os arredores do acampamento dos Piripas, descobrindo os seus maiores segredos e costumes como o de fazer armadilhas diferentes para cada tipo de local ou árvore. Ficou claro que ao redor de toda sapucaia a armadilha era diferente da que se colocava ao redor do angico e da caibreira, o que facilitava a identificação num possível retorno a determinados locais e um melhor domínio estratégico do seu espaço geográfico... A essa altura, Jupiranga já era reverenciado até pelos Piripas e já passara a deixar a sua conhecida marca, um cipó entrançado, que dava a entender que estivera no local, fato que mobilizou os chefes daquela tribo a organizar uma grande festa para recepcioná-lo e pedir-lhe auxílio na resolução de uma querela com a tribo dos Birobas  em torno de uma fonte fronteiriça que matava a sede de ambas as tribos. Foi relatado a Jupiranga que essa questão estaria ameaçando de extinção as tribos que, ao em vez de se preocupar com os perigosos inimigos e tribos nômades que atacavam com freqüência em busca de alimentos e armamentos, estavam desprendendo todos os seus esforços numa disputa que só os fragilizavam. Diante da situação, Jupiranga pediu que se convocasse uma grande reunião entre os chefes das duas tribos que sob a intermediação de Jupiranga deliberou-se que as duas tribos, a dos temíveis Piripas e a dos bravos Birobas construiriam uma espécie de adutora, feita do tronco de uma umburana, onde nela se faria dois furos que dariam vazão para duas calhas feitas de troncos de gameleiras que abasteceriam as duas tribos de forma equânime, cabendo às tribos apenas abastecer a adutora do tronco de umburana, tarefa que ocuparia apenas dez homens de cada tribo, o que fez com que Jupiranga deixasse aquelas duas tribos gozando de  honraria e privilégios nunca antes concedidos a um estranho...
                 A fama e o prestígio de Jupiranga eram tamanhos que já se cogitava a unificação de todas as tribos conhecidas sob o seu comando, o que daria origem a uma grande tribo, com mais poder conhecimento e capacidade de reação em casos de ameaças externas, dado o fato de que se relatava entre as tribos a presença de grandes canoas com centenas de homens barbudos que, de tempos em rondavam as cercanias. Num primeiro momento acreditaram se tratar de seres especiais que viriam raptar os nativos para experiências e cruzamentos genéticos, mas logo se percebeu tratar-se de uma ameaça real e iminente, que fez  com que se tornasse cada vez mais urgente a necessidade da unificação tribal em torno da pessoa de Jupiranga que já começara a se sentir o responsável pela segurança e integridade daquela multidão tribos e pessoas que faziam pesar sobre ele todas as suas expectativas quanto ao futuro de suas vidas e liberdade...
                 Enquanto todo o conjunto das tribos estava em efervescência, num misto de  apreensão e incerteza, Jupiranga procurou se recolher para refletir acerca do futuro que se delineava e lhe em impunha o comando de uma nação que estava prestes a nascer. Depois de três luas cheias de reclusão reflexiva, Jupiranga convocou todos os chefes para uma grande assembléia na qual se  faria o anúncio da aclamação de Jupiranga com chefe geral das tribos unificadas,fato esse que coincidiu com mais umas das visitas de dezenas das canoas gigantes, que fez os grupos das pessoas e da grande assembléia se impressionarem mutuamente... Perceberam, porém que o pessoal das canoas gigantes jogou inúmeros cestos com presentes diversos como espelhos, pentes e demais quinquilharias, o que fez com o ânimo das da maioria dos componentes da mais nova nação (Pitombah), arrefecesse os ânimos em relação aos misteriosos visitantes, de forma que se convencionou, mesmo a contra gosto de Jupiranga, que, na próxima visita os estranhos seriam recebidos com festa, o que provocou a renúncia de Jupiranga ao cargo de chefe geral do povo pitombo, voltando à sua vida de aventuras, que lhe proporcionava muitas alegrias e realização pessoal... E, quanto às demais tribos e a dissolução do povo pitombo, conta-se que receberam novas visitas dos navegantes misteriosos que foram tomando conta de tudo o que lhes pertencia e por fim lhes impuseram uma dominação que consistia em duras imposições, roubando-lhes a identidade, a liberdade e a tranqüilidade, terminando por criar uma nova nação, onde os nativos seriam tolhidos em seus direitos, sua língua e sua liberdade...
                 Quanto a Jupiranga, este envelheceu e sua maior façanha na velhice, foi se aperfeiçoar na arte de mergulhar e furar cascos de caravelas...
                
Elias Dantas em 14/05/2008.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Filosofria



"Corre-se o risco de se ter os ovos pisados na mesma medida em que se anda pisando em ovos"

I Monarca da Aba da Serra, 2012

domingo, 16 de dezembro de 2012

Fotografias tiradas em viagens da equipe do blog daquipracolá pelo estado do Rio Grande do Norte...
Muita coisa bonita, gente boa e momentos inesquecíveis...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Desculpas clássicas para término de relacionamento.




...E o verdadeiro significado delas

Estou numa crise comigo mesmo. Tenho que respirar.
Tradução: você é a minha crise. Suma e minha vida vai melhorar, acredite.
Você vai ficar melhor sem mim. Juro. Vai encontrar um cara à sua altura. 
Tradução: já encontrei uma mulher à minha altura. Bye. Sorry. Chispa.
Vamos apenas dar um tempo. Quem sabe em breve nos reencontremos. E para sempre.
Tradução: saindo daqui vou deletar seu número da agenda do meu celular. Até nunca mais.
Tenho uma coisa para te dizer nesta conversa final: você é uma guerreira incrível.
Tradução: pegue suas armas e vá guerrear longe de mim.
Tenho que ficar sozinho um tempo. Sou um cara solitário. Não sou boa companhia para ninguém. Você sabe.
Tradução: olha, ficar com você é o pior tipo de solidão.
Nós vamos sempre nos amar, acredite. Apenas de uma maneira diferente. A distância vai evitar que o nosso amor se desgaste. 
Tradução: faz tempo que não sinto mais nada por você exceto tédio. Quero você o mais longe de mim possível.
A gente perdeu aquela chama. Só a distância pode reacender aquele nosso fogo.
Tradução: agora vejo você pelada e é como se estivesse vendo minha mãe.
No Grande Plano Cósmico, no Infinito Espiritual, estaremos sempre juntos. Nada vai nos separar.
Tradução: mas aqui na velha e boa Terra quero você bem longe.
Eu abafo você. Você vai crescer como mulher sem mim. Fica sossegada.
Tradução: cresça e desapareça.
O problema sou eu.
Tradução: meus problemas acabam agora que me livrei de você.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pelo auto do boi da mão de pau.

Elias Dantas defende que a obra "O boi da mão de pau", de Fabião das Queimadas, seja adaptada e apresentada em espetáculo público em cidades da região Potengi.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O nome do esporte é Downhill. Não é todo mundo que desce uma ladeira assim, desembestado...

sábado, 7 de janeiro de 2012

Esse é um dos maiores fogos de artifício lançados no mundo...

Campeonato mundial de Fórmula Offroad.. Para quem gosta de uma aventura radical sobre quatro rodas.
Já imaginou o cara entrar no provador de uma loja, sair com manchas de baton e logo mais sair uma loira insinuante do local? Fica difícil se explicar...